A eletroterapia começou a ser
utilizada em 1952, por Bors. Onze anos depois eletrodos foram implantados
cirurgicamente por Caldwel, na musculatura periuretral em pacientes com IUE,
concluindo que era possível controlar a IU em 30 a 80% dos casos.
Nos anos 70, as diretrizes da
eletro foram lançadas, surgem as primeiras sondas vaginais e anais.
Eletroterapia é um recurso
bastante utilizado em várias especialidades da Fisioterapia. É, literalmente,
uma “terapia de choque”, ou seja, uma corrente elétrica que é aplicada sobre a
pele para estimular músculos e nervos, sendo geralmente utilizadas para
estimular a contração de músculos fracos ou lesados e para analgesia
(diminuição da dor).
Na incontinência urinária, ela
pode ser usada tanto para estimular os músculos que seguram a urina, como para
estimular os nervos que controlam a bexiga.
Para o tratamento são utilizados eletrodos vaginais, que são colocados internamente pelo orifício vaginal, com gel hidrossolúvel.
Nos casos de incontinência
urinária de esforço, o tratamento é utilizado para estimular os músculos. Nessa
doença, o principal problema é falta de força destes músculos, geralmente
provocada pela falta de consciência corporal. Em outros termos, a maioria das mulheres tem pouco conhecimento sobre o próprio corpo e, por isso, não sabe
usar estes músculos. Em mulheres jovens, isso não é problema, mas com o passar
dos anos, esses músculos vão ficando mais fracos e menos utilizados, e então se
desenvolve a incontinência de esforço. A eletroterapia estimula estes músculos
e tem dois efeitos principais: primeiro, o estímulo provoca contrações e essas
contrações ajudam a aumentar a força muscular; segundo, quando o “choquinho”
faz o músculo contrair sozinho, a mulher percebe melhor onde estão estes
músculos e, assim, aumenta a consciência corporal e permite que ela faça essa contração
muscular sozinha. Geralmente são necessárias poucas aplicações e, depois, a
eletroterapia é substituída por exercícios.
Nos casos de incontinência
urinária de urgência, o tratamento é utilizado para estimular nervos. Na
incontinência de urgência o músculo detrusor fica hiperativo. Mas este músculo
fica na parede da bexiga, muito profundo para ser estimulado diretamente e,
além disso, é um músculo involuntário, impossível de ser controlado como os
músculos do períneo (que seguram a urina). Por isso, a eletroterapia é aplicada
em nervos mais distantes, mas que chegam até o músculo detrusor. Estimulando
estes nervos, o “choquinho” ajuda a regular a atividade do músculo e, assim,
diminui a hiperatividade muscular.
Indicações:
- Fortalecer a musculatura
- Consciência corporal do AP
- Aumentar o fluxo sanguíneo
- Estimulação proprioceptiva
- Inibir detrusor
Num programa de reabilitação, a eletroestimulação é uma das formas de tratamento, que não deve ser exclusiva. Programas educacionais, medidas comportamentais, exercícios e biofeedback são outras formas de tratamento que podem estar associadas à estimulação elétrica.
O ideal é consultar um fisioterapeuta especializado, que através de uma avaliação cuidadosa poderá decidir quais formas de tratamento serão eficazes no seu caso.
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