segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ben Wa

Em toda a região da Índia os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico são, há milênios, transmitidos de mãe para filha, como uma foma de fazer a mulher mais feliz consigo mesma, além de melhor esposa e mãe. Isso porque esses exercícios, praticados de maneira regular, melhoram a gestação, o parto e ainda potencializam extraordinariamente o desempenho sexual.


Foi lá que surgiu o ben wa, um dispositivo interessante no auxílio da identificação da musculatura do assoalho pélvico, bem como no treino de força e coodenação motora desta musculatura. Este pequeno aparelho é formado por duas ou mais esferas (normalmtente com cerca de 5 cm de diâmetro), ligadas uma-a-outra por um cordão flexível. 


Os movimentos aprendidos e aperfeiçoados com o ben wa eram utilizados inicialmente pelas mulheres tailandesas na prática do pompoarismo, uma série de exercícios desenvolvidos para potencializar o desempenho sexual da mulher. Hoje o ben wa atravessou as fronteiras daquele país, popularizando-se mundialmente e sendo conhecido como as bolinhas tailandesas.

Utilizados de maneira correta, o ben wa permite algum fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da  musculatura do assoalho pélvico ). Mas sua ação principal é a melhoria na coordenação motora da  musculatura do assoalho pélvico.
Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustentação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto.

Consulte seu médico ginecologista ou um fisioterapeuta antes de iniciar a prática dos exercícios para o assoalho pélvico.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eletroterapia na Incontinência Urinária

A eletroterapia começou a ser utilizada em 1952, por Bors. Onze anos depois eletrodos foram implantados cirurgicamente por Caldwel, na musculatura periuretral em pacientes com IUE, concluindo que era possível controlar a IU em 30 a 80% dos casos.
Nos anos 70, as diretrizes da eletro foram lançadas, surgem as primeiras sondas vaginais e anais.
Eletroterapia é um recurso bastante utilizado em várias especialidades da Fisioterapia. É, literalmente, uma “terapia de choque”, ou seja, uma corrente elétrica que é aplicada sobre a pele para estimular músculos e nervos, sendo geralmente utilizadas para estimular a contração de músculos fracos ou lesados e para analgesia (diminuição da dor).
Na incontinência urinária, ela pode ser usada tanto para estimular os músculos que seguram a urina, como para estimular os nervos que controlam a bexiga.
Para o tratamento são utilizados eletrodos vaginais, que são colocados internamente pelo orifício vaginal, com gel hidrossolúvel. 


Nos casos de incontinência urinária de esforço, o tratamento é utilizado para estimular os músculos. Nessa doença, o principal problema é falta de força destes músculos, geralmente provocada pela falta de consciência corporal. Em outros termos, a maioria das mulheres tem pouco conhecimento sobre o próprio corpo e, por isso, não sabe usar estes músculos. Em mulheres jovens, isso não é problema, mas com o passar dos anos, esses músculos vão ficando mais fracos e menos utilizados, e então se desenvolve a incontinência de esforço. A eletroterapia estimula estes músculos e tem dois efeitos principais: primeiro, o estímulo provoca contrações e essas contrações ajudam a aumentar a força muscular; segundo, quando o “choquinho” faz o músculo contrair sozinho, a mulher percebe melhor onde estão estes músculos e, assim, aumenta a consciência corporal e permite que ela faça essa contração muscular sozinha. Geralmente são necessárias poucas aplicações e, depois, a eletroterapia é substituída por exercícios.

Nos casos de incontinência urinária de urgência, o tratamento é utilizado para estimular nervos. Na incontinência de urgência o músculo detrusor fica hiperativo. Mas este músculo fica na parede da bexiga, muito profundo para ser estimulado diretamente e, além disso, é um músculo involuntário, impossível de ser controlado como os músculos do períneo (que seguram a urina). Por isso, a eletroterapia é aplicada em nervos mais distantes, mas que chegam até o músculo detrusor. Estimulando estes nervos, o “choquinho” ajuda a regular a atividade do músculo e, assim, diminui a hiperatividade muscular.

Indicações:
  • Fortalecer a musculatura
  • Consciência corporal do AP
  • Aumentar o fluxo sanguíneo
  • Estimulação proprioceptiva
  • Inibir detrusor

Num programa de reabilitação, a eletroestimulação é uma das formas de tratamento, que não deve ser exclusiva. Programas educacionais, medidas comportamentais, exercícios e biofeedback são outras formas de tratamento que podem estar associadas à estimulação elétrica.
O ideal é consultar um fisioterapeuta especializado, que através de uma avaliação cuidadosa poderá decidir quais formas de tratamento serão eficazes no seu caso.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pilates x Incontinência Urinária

A incontinência urinária é definida como “uma condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrável”.
A necessidade de ir ao banheiro imediatamente, a perda de urina durante o sono ou depois de algum esforço como tossir ou pegar peso, ou não perceber que a bexiga está cheia são situações mais comuns do que se imagina. As causas da IU são diversas, entretanto, a maioria dos casos manifesta-se em pessoas de idade avançada (15% a 30% das pessoas acima de 60 anos), no período de gravidez, no pós-parto, durante a menopausa (em que há a diminuição dos hormônios femininos), durante o tratamento do câncer de próstata, e em pessoas com incapacidades físicas e mentais.
Embora atinja todas as idades e ambos os sexos, as mulheres são mais suscetíveis à incontinência urinária, apresentando uma probabilidade duas vezes maior de desenvolvê-la. A musculatura mais forte, a uretra mais longa e a presença da próstata contribuem para os índices mais baixos entre os homens.
Além de remédios e as intervenções cirúrgicas convencionais, o Pilates surge como uma nova alternativa de tratamento e também de prevenção à IU, já que tem como um dos principais focos o fortalecimento da musculatura pélvica – favorecendo assim um maior controle sobre o fluxo de urina.
Por isso, alunos de Pilates são menos suscetíveis à doença, já que, durante as aulas eles têm a chance de trabalhar mais as regiões do abdômen e pélvica, especialmente o períneo (área entre o ânus e a uretra).
É muito importante que cada aluno de Pilates seja avaliado quanto ao grau de força do assoalho pélvico e ao nível de consciência da ação dessa musculatura – que como qualquer outra, é capaz de contrair e relaxar. Sendo assim atividades envolvendo a contração e o relaxamento do períneo podem ser inseridas num programa de exercícios de Pilates.
No entanto é importante relembrar que os casos de incontinência urinária devem ser acompanhados por um médico que, aí então, poderá indicar o Pilates como uma solução para o problema. Ao fisioterapeuta, ou o instrutor de Pilates, caberá a tarefa de desenvolver e aplicar um plano de reeducação do pavimento pélvico, um processo individualizado e que dê resposta às necessidades de cada paciente.
Fonte: Revista Pilates

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cones Vaginais

Cones vaginais são pequenas cápsulas de formato anatômico, constituídas de materiais resistentes e pesados.
Eles são inseridos dentro da vagina da mesma maneira que os absorventes internos. Para que eles fiquem lá dentro a paciente precisa contrair a musculatura do AP. A sensação do peso saindo faz com que a paciente contraia involuntariamente a musculatura correta.


Mas o principal é que eles permitirem um treinamento com aumento de carga progressivo, exatamente como acontece na musculação de academia, com pesos, para o restante do corpo. Este tipo de treino é a forma mais rápida e eficaz de fortalecimento muscular.
Utilizados de maneira correta, os cones permitem um fortalecimento crescente da musculatura do AP, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da musculatura do AP). Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustetação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto.

Indicações:
Incontinência Urinária de Esforço;
Urge-incontinência;
Diminuição da propriocepção;
Fraqueza do AP;
Disfunção sexual;
Ausência de coordenação musculatura AP/abdominais.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Exercícios de Kegel

Kegel em 1948, foi o pioneiro a utilizar a cinesioterapia para o tratamento da Incontinência Urinária. Recomendava a realização de numerosas repetições diárias de contração simples dos músculos pubococcígeos (300 a 400) e obteve um índice de cura de 70% após um ano de tratamento.
Os exercícios perineais promovem o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (AP); e a manutenção/restauração da continência. Fisiologicamente o aumento da força muscular advém da repetição dos movimentos voluntários de contração. O treinamento muscular perineal proporciona também uma adaptação neural ao longo do tratamento. O funcionamento harmônico do AP resultante do exercício direcionado, oferece apoio estrutural para a bexiga e uretra, distribuindo cargas/pressões durante um aumento da pressão intra-abdominal abrupta ou não.

Objetivos da contração perineal do AP:
  • Evitar a descida da uretra durante o aumento da pressão intra-abdominal;
  • Manter alta a pressão uretral em repouso, contribuindo para o mecanismo de fechamento uretral;
  • Relaxar a uretra durante a micção;
  • Fornecer apoio para a vagina, uretra e reto;
  • Proporcionar resposta muscular rápida e vigorosa durante o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro);
  • Melhorar a circulação sanguínea;
  • Promover resistência a fadiga;
  • Melhorar a mobilidade, flexibilidade e coordenação muscular;
  • Sustentar os órgãos pélvicos (útero, bexiga, reto).