sexta-feira, 16 de março de 2012

Constipação

Mais de 20% de toda a população feminina sofre com algum grau de constipação. Entre as gestantes esse valor é superior aos 40%. Normalmente o problema é comportamental e, portanto, fácil de resolver com fisioterapia!

O que é constipação?
Em condições normais o intestino funciona sempre num mesmo horário, como por exemplo após uma das refeições principais (café da manhã ou almoço), quando os movimentos intestinais são ativados pelo reflexo do estômago ao receber os alimentos.
Mas, embora o ideal seja evacuar ao menos uma vez por dia, é considerado normal evacuar até 3 vezes por semana, no mínimo. Menos do que isso já caracteriza a constipação ou prisão de ventre.

Como saber se eu tenho constipação?
Considera-se constipação quando, ao evacuar, acontecem uma ou mais das situações seguintes:
Esforço demasiado para evacuar;
Fezes muito duras ou em pedaços pequenos;
Sensação de evacuação incompleta;
Sensação de obstrução retal;
Necessidade de comprimir o abdome;
Ajudar a evacuação com os dedos.

Quais as causas da constipação?

Evitar evacuar em banheiros públicos
Uma das principais funções dos intestinos é a absorção de água e eletrólitos (sais minerais). Isso significa que, ao transitar por eles, a água que existe no bolo alimentar vai sendo absorvida durante o trajeto, ressecando-o progressivamente e transformando-o em fezes.
Sendo assim, quando se evita de evacuar (ou seja, "segurar") mantém-se as fezes presas dentro dos intestinos por mais tempo do que se deveria. O resultado é que elas ressecam mais do que o normal, dificultando sua saída, causando aquela famosa sensação de intestino preso ou formação de rolhão.
Além do mais, inibir o desejo evacuatório acaba diminuindo a sensibilidade da ampola retal (a porção final do reto que serve de depósito final para as fezes que serão evacuadas). Com a sensibilidade da ampola retal diminuída fica mais difícil perceber a sensação de ampola cheia, ou seja, de que está na hora de evacuar. Sem perceber, as fezes ficam lá por mais tempo, paradas, ressecando, e tornando cada vez mais difícil o ato evacuatório.
Sendo assim, reprimir o desejo de evacuar durante viagens, ou quando se está em outro lugar que não em casa, acaba tornando-se uma das maiores causas de constipação, especialmente entre as mulheres que, por vergonha, acabam desregulando o funcionamento intestinal natural.

Dieta inadequada
Como comentado, os intestinos absorvem água do bolo alimentar que vai se transformar em fezes. Contudo, fezes ressecadas demais não se movem adequadamente, dificultando não só a evacuação mas o trânsito intestinal como um todo, e favorecendo a distenção da ampola retal.
Para evitar o ressecamento fecal é fundamental que a dieta rica em fibras seja também muito rica em água e em gorduras de boa qualidade. Fibra sem gordura nem água não consegue transitar de maneira apropriada.

Hemorróidas, fissuras e outros problemas que causam dor local
Qualquer coisa que cause dor na região anal, como fissuras anais e hemorróidas, acabam fazendo com que a mulher tente evacuar o mínimo de vezes possível. Como mencionado, evitar a evacuação faz com que as fezes fiquem tempo demais no intestino e ressequem, dificultando ainda mais a sua saída, causando mais dor e iniciando um ciclo vicioso onde evacuar torna-se cada vez mais doloroso e complicado.

Incoordenação da musculatura do assoalho pélvico
Para evacuar eficazmente é necessário que a musculatura do assoalho pélvico seja devidamente relaxada e que os abdominais sejam contraídos moderadamente. No assoalho pélvico são dois os grupamentos musculares que fecham o reto: os esfíncteres anais, mais externos, e a musculatura do assoalho pélvico (principalmente o músculo puborretal) mais interna.
É relativamente comum encontrar mulheres cuja causa da constipação seja incoordenação muscular, ou seja, mulheres que para evacuar relaxam os esfíncteres anais mas deixam a musculatura do assoalho pélvico (especialmente um músculo chamado puborretal) contraída, dificultando ou até impossibilitando a evacuação. Conhecer e aprender a contrair e relaxar de maneira apropriada o músculo que está confuso normalmente é suficiente para resolver o problema.

Distensão e perda da sensibilidade da ampola retal
Chamamos ampola retal à porção final do reto que serve de depósito final para as fezes que serão evacuadas em breve. É uma região bastante sensível que, quando cheia, envia um sinal para o cérebro para que possamos escolher momento e local apropriados para evacuar.
Evitar a evacuação (segurar para não evacuar) por longos períodos, vai diminuindo progressivamente a sensibilidade da ampola. Quando isso acontece torna-se difícil perceber que a ampola está cheia, e as fezes acabam ficando mais tempo paradas, ressecando e dificultando a evacuação.

Outro comportamento inadequado que acaba lesionando a ampola retal é forçar para evacuar (trancando a respiração), ou contrair violentamente os abdominais no momento da evacuação ou mesmo comprimir o abdôme com as mãos. Estas manobras acabam distendendo a ampola, tornando-a mais lácida ou frouxa. O resultado é que, quando há necessidade de evacuar, a ampola está frouxa demais para permitir que a pressão interna necessária possa se propagar de maneira eficiente para expulsar as fezes.

Mas, e a fisioterapia, onde entra? Primeiro, no tratamento de problemas da musculatura pélvica. Existem exercícios específicos e muitos recursos que podem ajudar a paciente a melhorar o uso desses músculos e estimular a sensibilidade do reto. E, além disso, existem também técnicas de massagem que ajudam e estimulam os movimentos intestinais, melhorando seu funcionamento.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Continência e Incontinência Fecal

Continência fecal: Uma boa continência anal, ou anorretal é caracterizada pela capacidade de perceber, armazenar, e evacuar, eficientemente e sem dificuldade, o conteúdo retal em local e momento convenientes.

No momento da evacuação é necessário que haja o relaxamento da musculatura responsável pela continência (musculatura do assoalho pélvico e esfíncteres) para que as fezes possam deixar a ampola retal (porção final do reto que armazena as fezes momentos antes da evacuação) sem maiores esforços.


Incontinência fecal: Perda involuntária de material fecal e de gases, devido a incapacidade de manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo adequados.

Incidência:
15% das mulheres com mais de 50 anos
3% das mulheres que tiveram partos vaginais
51% dos pacientes com diarréia crônica


Causas:
Lesões diretas nas estruturas musculares 
Problemas congênitos
Doenças inflamatórias do intestino
Doenças neurológicas
Abuso laxantes
Envelhecimento
Diminuição da complacência retal

Consequências:
Irritações / úlceras de decúbito
Alterações nutricionais
Depressão
Isolamento social
Queda auto-estima

Tratamento
Para problemas na percepção, o tratamento com fisioterapia costuma apresentar resposta bastante satisfatória e rápida. Estímulos da ampola retal podem ser feitos com balonetes, terapia manual, eletroterapia, e outras técnicas, de acordo com cada caso.
Já para os problemas no armazenamento (ou incontinência) o tratamento variam muito de acordo com cada caso. Quando o problema é causado pela ruptura de um esfíncter, por exemplo, a correção necessária pode ser cirúrgica.
Depois da cirurgia ou para os casos de incontinência onde não há lesão muscular direta, ou onde esta lesão é mais moderada, a fisioterapia também apresenta resultados bastante satisfatórios, podendo regredir a incontinência em até 100%.
O fortalecimento muscular é, normalmente, o tratamento mais indicado para este tipo de incontinência: pode ser feito através de técnica manual, cones vaginais ou biofeedback.
Para o sucesso do fortalecimento é fundamental que a musculatura enfraquecida seja identificada corretamente: fortalecer o esfíncter quando é a MAP que está enfraquecida pode piorar o problema, assim como o inverso. Fortalecer uma musculatura que já tem dificuldade de relaxar também é caminho certo para piorar o problema.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ultra Som para gordura localizada e celulite


O Ultra Som (US), usado na medicina desde 1950 com a finalidade de diagnóstico por imagem, chega agora na dermatologia para fins terapêuticos: tratamento da celulite e gordura localizada.

Esta nova categoria de ultrasom concentra focalmente a energia na área a ser tratada, preservando os tecidos vizinhos. Penetra mais superficialmente do que o US para imagem (que atinge os órgãos internos), localizando-se na profundidade da hipoderme (o tecido onde se acumula a gordura).

O primeiro aparelho de Ultrasom de alta intensidade, entrou no mercado com o nome comercial de Ultrashape, com a proposta de se realizar em média 3 sessões, com intervalos de 1 mês. A penetração do US atinge até 3cm de profundidade.

Em cada aplicação perde-se cerca de 2 cm de medida, na área tratada. A gordura destruída é metabolizada pelo fígado, e exames de controle não demonstraram nenhuma agressão a este órgão. O método é indolor, com raríssimos efeitos colaterais.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Drenagem linfática manual


A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica complexa, representada por um conjunto de manobras muito específicas. Essas manobras devem ser lentas rítmicas e superficiais para atuar basicamente no sistema linfático, não deve causar dor e nem deixar equimoses (roxo) justamente porque as pressões devem ser leves sobre a pele. Quanto mais roxo mais se está prejudicando os capilares linfáticos, é sinal de que as massagens estão sendo vigorosas, causando danos teciduais, principalmente se já houver alguma lesão pré - existente. As manobras de drenagem são sempre no mesmo sentido da circulação de retorno, analisando-se durante a avaliação a extensão do comprometimento e as regiões para onde o líquido de edema deva ser evacuado. Daí a necessidade de conhecer a anatomia do sistema linfático.


Drenagem linfática quer dizer, coletar líquido excedente dos espaços intercelulares pelos vasos linfáticos até os vasos de maior calibre e daí aos vasos venosos, encontrando-se no ângulo veno-linfático também chamado de términos, localizados na região supra clavicular com as veias subclávias direita e esquerda e jugulares direita e esquerda. A Drenagem linfática atua de forma preventiva ou como tratamento na estética ou na terapêutica. Na estética por favorecer o escoamento de líquido intersticial excedente, produzindo indiretamente uma melhor troca de materiais entre capilares sangüíneos e as células dos tecidos, e em cirurgias promovem o alívio causado pelo desconforto do edema pós cirúrgico.Na terapêutica, ao provocar mudança favorável em todos os sintomas de doenças que implicam edema, mediante benéfica evacuação pelas vias sangüíneas e linfáticas. 

Benefícios da Drenagem Linfática:
Melhora a resposta imune: com as manobras de drenagem, consegue-se estimular os capilares linfáticos e aumentar o fluxo de linfa e o seu volume cinco vezes mais, consequentemente a quantidade de linfa processada nos linfonodos será maior. Renova as células de defesa do nosso corpo, nos tornando mais resistentes a doenças.
Melhora a motricidade do intestino: drenagens realizadas no abdome no trajeto do intestino aumentam a motricidade intestinal, produzindo bom efeito sobre a evacuação.
Sistema Nervoso Autônomo: diminui o estresse a depressão e insônia, a leveza das manobras, provoca efeito de relaxamento e influencia a liberação de substâncias simpaticolíticas no organismo.
Melhora a nutrição celular: com a realização da DLM, o excesso de líquido que dificulta as trocas gasosas retorna a circulação sanguínea, necessitando de ser filtrado nos rins e eliminado pela urina, a sua eliminação favorece melhores condições de irrigação sanguínea e melhor nutrição dos tecidos. Por isso os pacientes que realizam drenagem linfática sentem muita vontade de urinar.
Eliminação da dor muscular após atividade física: a dor muscular nesse caso é devido à carga imposta ao músculo juntamente com o acúmulo do ácido lático nele. O ácido lático é resultado de reações químicas que ocorre no músculo fatigado que inside em dor e espasmo muscular.

O que a paciente deve fazer para que o tratamento com Drenagem Linfática possa ter um resultado mais positivo?
Uma boa e variada dieta alimentar, ou seja, uma reeducação alimentar com hábitos mais saudáveis, evitando frituras, gordura, álcool, enlatados, vida sedentária e incluindo em sua rotina diária exercícios físicos regulares ou esporte. Recomenda-se não ingerir sal em excesso nem usar roupas justas e salto alto. Deve-se tomar mais água, no mínimo 2 litros por dia, e comer muita fibra.

Indicações
*Linfedemas
*Lipedemas
*Fleboedemas
*Edemas pós-operatórios e pós-traumáticos
*Edemas cíclicos idiopáticos, pré-menstruais, intragestacionais e outros
*Pré e pós-cirurgia plástica
*Tratamentos de revitalização facial
*Retenção de líquidos
*Celulite
*Rejuvenescimento através da circulação – combate radicais livres
*Má circulação sanguínea de retorno
*Tensão nervosa
*Preventivo de fadiga de membros inferiores, inflamações e edemas de membros inferiores

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sábado, 3 de março de 2012

Biofeedback

A maior dificuldade do treino da musculatura do assoalho pélvico é fazer com que a mulher perceba o exercício que está fazendo: se está contraindo a musculatura certa, se está contraindo com força suficiente. O jeito mais moderno e eficiente de se ensinar essa contração é o biofeedback.

O Biofeedback é um eletromiógrafo de pressão que registra os potenciais de ação das contrações musculares do assoalho pélvico e traduz sua intensidade por sinais visuais, devolvendo a informação ao indivíduo que poderá desta maneira controlar sua contração, aumentando-a ou diminuindo-a.

É constituído de uma sonda vaginal inflável, conectado a um manômetro de pressão, que através de um biofeedback indicará a paciente à intensidade da força perineal que foi executada por ela.


Este tipo de treinamento da  musculatura do assoalho pélvico permite um maior controle sobre a força e o tipo da contração muscular, bem como a sua duração. Além, permite um treino eficiente do relaxamento muscular, já que é comum que algumas mulheres saibam contrair mas não relaxar a  musculatura do assoalho pélvico conscientemente. A importância do relaxamento consciente está em momentos como por exemplo o parto, onde contrações durante o período expulsivo (quando o bebê está saindo) podem gerar lesões graves.

Desta forma, o trabalho sobre a  musculatura do assoalho pélvico pode ser mais amplo, uma vez que todo o ciclo de contração pode ser monitorado, da contração ao relaxamento e nova contração. Aplica-se o biofeedback na reabilitação da  musculatura do assoalho pélvico para ensinar o controle voluntário desta musculatura, ensinar os exercícios de fortalecimento e melhorar a coordenação motora do assoalho pélvico.

É importante ressaltar que o treino com o biofeedback não fortalece diretamente a musculatura. Como para qualquer outra musculatura do corpo, para que haja fortalecimento eficaz o treino deve ser realizado com carga (peso), ou seja, através de treinamento manual (com as mãos do terapeuta resistindo à contração) ou com cones vaginais. A função do biofeedback e da eletroterapia são de ensinar a contração para as mulheres incapazes de contrair a  musculatura do assoalho pélvico satisfatoriamente, e não de fortalecer.

Após aprender a contrair com o biofeedback, a mulher tem mais fecilidade de manter sua rotina diária e domiciliar de exercícios simples para a  musculatura do assoalho pélvico.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ben Wa

Em toda a região da Índia os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico são, há milênios, transmitidos de mãe para filha, como uma foma de fazer a mulher mais feliz consigo mesma, além de melhor esposa e mãe. Isso porque esses exercícios, praticados de maneira regular, melhoram a gestação, o parto e ainda potencializam extraordinariamente o desempenho sexual.


Foi lá que surgiu o ben wa, um dispositivo interessante no auxílio da identificação da musculatura do assoalho pélvico, bem como no treino de força e coodenação motora desta musculatura. Este pequeno aparelho é formado por duas ou mais esferas (normalmtente com cerca de 5 cm de diâmetro), ligadas uma-a-outra por um cordão flexível. 


Os movimentos aprendidos e aperfeiçoados com o ben wa eram utilizados inicialmente pelas mulheres tailandesas na prática do pompoarismo, uma série de exercícios desenvolvidos para potencializar o desempenho sexual da mulher. Hoje o ben wa atravessou as fronteiras daquele país, popularizando-se mundialmente e sendo conhecido como as bolinhas tailandesas.

Utilizados de maneira correta, o ben wa permite algum fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da  musculatura do assoalho pélvico ). Mas sua ação principal é a melhoria na coordenação motora da  musculatura do assoalho pélvico.
Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustentação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto.

Consulte seu médico ginecologista ou um fisioterapeuta antes de iniciar a prática dos exercícios para o assoalho pélvico.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eletroterapia na Incontinência Urinária

A eletroterapia começou a ser utilizada em 1952, por Bors. Onze anos depois eletrodos foram implantados cirurgicamente por Caldwel, na musculatura periuretral em pacientes com IUE, concluindo que era possível controlar a IU em 30 a 80% dos casos.
Nos anos 70, as diretrizes da eletro foram lançadas, surgem as primeiras sondas vaginais e anais.
Eletroterapia é um recurso bastante utilizado em várias especialidades da Fisioterapia. É, literalmente, uma “terapia de choque”, ou seja, uma corrente elétrica que é aplicada sobre a pele para estimular músculos e nervos, sendo geralmente utilizadas para estimular a contração de músculos fracos ou lesados e para analgesia (diminuição da dor).
Na incontinência urinária, ela pode ser usada tanto para estimular os músculos que seguram a urina, como para estimular os nervos que controlam a bexiga.
Para o tratamento são utilizados eletrodos vaginais, que são colocados internamente pelo orifício vaginal, com gel hidrossolúvel. 


Nos casos de incontinência urinária de esforço, o tratamento é utilizado para estimular os músculos. Nessa doença, o principal problema é falta de força destes músculos, geralmente provocada pela falta de consciência corporal. Em outros termos, a maioria das mulheres tem pouco conhecimento sobre o próprio corpo e, por isso, não sabe usar estes músculos. Em mulheres jovens, isso não é problema, mas com o passar dos anos, esses músculos vão ficando mais fracos e menos utilizados, e então se desenvolve a incontinência de esforço. A eletroterapia estimula estes músculos e tem dois efeitos principais: primeiro, o estímulo provoca contrações e essas contrações ajudam a aumentar a força muscular; segundo, quando o “choquinho” faz o músculo contrair sozinho, a mulher percebe melhor onde estão estes músculos e, assim, aumenta a consciência corporal e permite que ela faça essa contração muscular sozinha. Geralmente são necessárias poucas aplicações e, depois, a eletroterapia é substituída por exercícios.

Nos casos de incontinência urinária de urgência, o tratamento é utilizado para estimular nervos. Na incontinência de urgência o músculo detrusor fica hiperativo. Mas este músculo fica na parede da bexiga, muito profundo para ser estimulado diretamente e, além disso, é um músculo involuntário, impossível de ser controlado como os músculos do períneo (que seguram a urina). Por isso, a eletroterapia é aplicada em nervos mais distantes, mas que chegam até o músculo detrusor. Estimulando estes nervos, o “choquinho” ajuda a regular a atividade do músculo e, assim, diminui a hiperatividade muscular.

Indicações:
  • Fortalecer a musculatura
  • Consciência corporal do AP
  • Aumentar o fluxo sanguíneo
  • Estimulação proprioceptiva
  • Inibir detrusor

Num programa de reabilitação, a eletroestimulação é uma das formas de tratamento, que não deve ser exclusiva. Programas educacionais, medidas comportamentais, exercícios e biofeedback são outras formas de tratamento que podem estar associadas à estimulação elétrica.
O ideal é consultar um fisioterapeuta especializado, que através de uma avaliação cuidadosa poderá decidir quais formas de tratamento serão eficazes no seu caso.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pilates x Incontinência Urinária

A incontinência urinária é definida como “uma condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrável”.
A necessidade de ir ao banheiro imediatamente, a perda de urina durante o sono ou depois de algum esforço como tossir ou pegar peso, ou não perceber que a bexiga está cheia são situações mais comuns do que se imagina. As causas da IU são diversas, entretanto, a maioria dos casos manifesta-se em pessoas de idade avançada (15% a 30% das pessoas acima de 60 anos), no período de gravidez, no pós-parto, durante a menopausa (em que há a diminuição dos hormônios femininos), durante o tratamento do câncer de próstata, e em pessoas com incapacidades físicas e mentais.
Embora atinja todas as idades e ambos os sexos, as mulheres são mais suscetíveis à incontinência urinária, apresentando uma probabilidade duas vezes maior de desenvolvê-la. A musculatura mais forte, a uretra mais longa e a presença da próstata contribuem para os índices mais baixos entre os homens.
Além de remédios e as intervenções cirúrgicas convencionais, o Pilates surge como uma nova alternativa de tratamento e também de prevenção à IU, já que tem como um dos principais focos o fortalecimento da musculatura pélvica – favorecendo assim um maior controle sobre o fluxo de urina.
Por isso, alunos de Pilates são menos suscetíveis à doença, já que, durante as aulas eles têm a chance de trabalhar mais as regiões do abdômen e pélvica, especialmente o períneo (área entre o ânus e a uretra).
É muito importante que cada aluno de Pilates seja avaliado quanto ao grau de força do assoalho pélvico e ao nível de consciência da ação dessa musculatura – que como qualquer outra, é capaz de contrair e relaxar. Sendo assim atividades envolvendo a contração e o relaxamento do períneo podem ser inseridas num programa de exercícios de Pilates.
No entanto é importante relembrar que os casos de incontinência urinária devem ser acompanhados por um médico que, aí então, poderá indicar o Pilates como uma solução para o problema. Ao fisioterapeuta, ou o instrutor de Pilates, caberá a tarefa de desenvolver e aplicar um plano de reeducação do pavimento pélvico, um processo individualizado e que dê resposta às necessidades de cada paciente.
Fonte: Revista Pilates

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cones Vaginais

Cones vaginais são pequenas cápsulas de formato anatômico, constituídas de materiais resistentes e pesados.
Eles são inseridos dentro da vagina da mesma maneira que os absorventes internos. Para que eles fiquem lá dentro a paciente precisa contrair a musculatura do AP. A sensação do peso saindo faz com que a paciente contraia involuntariamente a musculatura correta.


Mas o principal é que eles permitirem um treinamento com aumento de carga progressivo, exatamente como acontece na musculação de academia, com pesos, para o restante do corpo. Este tipo de treino é a forma mais rápida e eficaz de fortalecimento muscular.
Utilizados de maneira correta, os cones permitem um fortalecimento crescente da musculatura do AP, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da musculatura do AP). Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustetação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto.

Indicações:
Incontinência Urinária de Esforço;
Urge-incontinência;
Diminuição da propriocepção;
Fraqueza do AP;
Disfunção sexual;
Ausência de coordenação musculatura AP/abdominais.